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Dois mil produtores de cana-de-açúcar usam programa que busca identificar com rapidez focos de incêndio e avisar a brigada de combate. Ao todo, 120 mil hectares são monitorados
Produtores de cana-de-açúcar da região de Ribeirão Preto (SP) se uniram para combater o fogo nas lavouras usando a tecnologia. Com um sistema de satélites capaz de identificar as chamas ainda no início, eles são avisados por uma central de monitoramento e se organizam para controlar os focos de incêndio.
Dois mil produtores do Oeste do estado fazem parte da iniciativa, que monitora 120 mil hectares de plantação. O sistema ganhou força com a estiagem, que durou 73 dias em Ribeirão Preto e levou o número de queimadas a dobrar no comparativo de agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“É um plano de auxílio mútuo. A gente conta com grupos de WhatsApp, de Skype, para facilitar o combate ao incêndio. A detecção do foco parte do sistema por satélite e, a partir daí, a gente consegue tomar ações”, explica o gestor geotécnico da iniciativa, Fábio Soldera.
A central de monitoramento tem 12 filiais. Ao identificar o princípio das chamas, os atendentes avisam imediatamente funcionários das fazendas que são responsáveis pelo combate ao fogo. As informações também são compartilhadas com a Polícia Ambiental.
“Os produtores rurais sofrem na pele, porque impacta diretamente na economia deles. Eles têm prejuízo com adubação, que ele acaba perdendo, sem contar a multa que pode ser aplicada na propriedade”, diz o gestor.
O agricultor Matheus Conceição Mateus, que administra uma fazenda em Terra Roxa (SP), é um dos membros da iniciativa. Com a umidade baixa e a temperatura alta, Matheus viu o fogo destruir parte da lavoura de cana da qual ele toma conta.
O produtor já esperava as queimadas. Por isso, ele havia reservado uma estrada de seis metros de comprimento, entre uma plantação e outra, para servir de barreira e evitar grandes estragos em caso de incêndio.
“Começou no canto da nossa cana, que estava prestes a ser colhida. De repente, o vento virou e a gente não conseguiu controlar mais”, diz o produtor. “A cana estava toda plantada, já tínhamos feito alguns tratos na cultura”.
O vento foi tão forte que as chamas chegaram até às margens da nascente de um córrego entre Viradouro (SP) e Terra Roxa. “[É um prejuízo] para nós e para todos em volta, como associações, usinas, porque todo mundo trabalha para combater e prevenir incêndios”, diz Mateus.
Iniciativas parecidas com esta estão se espalhando pela região. Em Serrana (SP), uma usina utiliza um sistema que combina informações como temperatura, umidade do ar e a quantidade de dias que não chove na região para informar a chance de surgir um foco de incêndio na plantação.
Fonte: G1/ Foto: Nova Cana.
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